"E na clareza das palavras o mundo se fez entender..." (Victor Ferreira)

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ô de casa!

É fato que o sentimento de renovação, qualquer que seja ela, permeia nossa alma nos finais de ano. Foi ele meu relevante impulso para dar início a essa página que acompanhará o novo ciclo que se inicia em minha vida. O ano de 2009, da mesma forma que me afastou das coisas que amava em detrimento do preparo para uma posterior caminhada acadêmica, trouxe-me um auto-conhecimento que me permitiu profundas reflexões e transformações a respeito do que penso sobre a vida e a sociedade. Nada mais justo do que compartilhá-las com vocês. Maturidade é o que sinto ao ver o calendário ser substituído.
Longe de mim revoltas! Longe de mim protestos pertinentes à idade, protestos pertinentes ao artista. Não que eu esteja passivo às imposições tristes do mundo atual. Jamais! Mas acredito na renovação de idéias de uma maneira gradual, lenta e singela. Procurarei discutir reformulações em vez de trocas. Que possamos aos poucos ajustar nesse meio o que não faz bem a sociedade como um todo. Usar das palavras para tal ajuste é, sem dúvidas, uma boa saída. Foram as mesmas que separaram o "Pré" da "Historia" e permitiram o desenvolvimento do que viria a gerar as civilizações. Discutamos, então, o que venha realmente a acrescentar. Discutamos idéias bem fundamentadas. Seja o teatro, a música, o cinema. Seja a cidade, o país, o mundo. Sejam os poemas, as citações, os autores. Seja a religião, a ciência, a tecnologia. Seja a política, o futebol e as atualidades. Para os três últimos, entretanto, precisarei da ajuda de vocês, leitores. Não que eu os desconheça por completo, mas acredito que para a construção de uma opinião é preciso o conhecimento multipolar do que se fala. Campeões do final de semana, escândalos nacionais, resultados das eleições presidenciais e últimas decisões tomadas pelos superiores são o que ainda me chegam ao conhecimento. Prometo, entretanto, crescimento. Como artista, futuro jornalista e cidadão, acredito que dominá-los é de fundamental importância. De quê adiantaria compreender conflitos entre gregos e troianos, bárbaros e romanos e nazistas e judeus sem a repleta compreensão dos problemas que hoje emergem no Oriente Médio? Do primeiro grupo, tenham certeza, posso discutir. Vieram-me em fartura e pressão nesse ano de pré-vestibular. Quanto ao segundo, pertinente ao nossos dias, em breve farão parte do repertório. É promessa!
Sendo artista dessa cidade acolhedora, acredito ser de minha função a discussão sobre a arte que hoje é feita pela nossa classe. Uma agenda cultural será constantemente apresentada e atualizada, bem como discutida sobre a variedade e a qualidade do que oferece. Jamais serei direto o suficiente para atingir qualquer trabalho. Encaminharei, portanto, meu conceito a respeito do tema e caberá ao leitor relacioná-lo e conseguir juntar as peças. Bem entenderão aqueles que tiverem pensado como eu. Os que seguirem outra linha não desentenderão, apenas lerão algo diferente do proposto. Ótimo! É dessa forma que o mundo se faz diversificado. É dentro do homem que as milhões de visões se despertam.
Como futuro jornalista, lhes usarei de cobaias. Posso? Artigos, entrevistas, matérias e crônicas estarão sendo expostas nas atualizações semanais do blog. Aberto sempre estarei às sugestões e críticas para a construção dessas e procurarei escrever o que acredito vir a nos acrescentar, seja em valores, conhecimento, ângulos novos ou simplesmente em momentos de descontração.
Como estudante, cidadão e principalmente ser-humano, os sentimentos também virão à tona. Os desejos, as virtudes e as emoções pertinentes ao homem estarão sendo discutidas.
As funções lingüísticas estarão em completa mistura. A referencial, a fática, a emotiva, a poética e a metalingüistica se afastarão de conceitos próprios. Farei delas uma só. Farei a minha linguagem. Farei a nossa linguagem. Procurarei a clareza e a objetividade, mas sem perder a singeleza das palavras.
Daqui, espero leitores. Leitores somente. Espero quem compreenda não necessariamente de forma direta o que falo, mas que compreenda. É nesse mistério, nessa abrangência e nessa multiplicidade que se esconde a beleza das palavras.
Ô de fora!